Integrantes do Projeto OCA visitam o observatório de Favelas no Rio de Janeiro. Trocas férteis inspiraram poesia e ação!

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De 05 e 08 de dezembro, integrantes do Coletivo da Cidade e do Movimento Nossa Brasília estiveram no Rio de Janeiro (RJ) para revisitar suas maravilhas, dilemas sociais e, sobretudo, para conhecer movimentos de informação e educação popular crítica, nos quais a população da periferia observa, participa, reflete e refaz a cidade. A oportunidade de conhecer a realidade das comunidades da Maré, Rocinha, Pavão, Pavãozinho e Cantagalo nasceu do aporte financeiro do Instituto C&A no âmbito do Projeto OCA (Observatório da Criança e do Adolescente), que acontece na Cidade Estrutural (DF) desde abril 2013. O foco principal desta visita foi ir ao Observatório de Favelas e conhecer sua metodologia.

“O nosso grupo viu como funciona a dinâmica de trabalho, a produção e a sistematização de conhecimentos sobre comunidades no Observatório de Favelas. Aprendi que o planejamento e a organização focados no processo dão visibilidade à informação e são elementos fundamentais para a participação comunitária na construção de políticas públicas”, afirma Coracy Coelho, Coordenador do Coletivo da Cidade.

A visita durou o dia todo e foi guiada por Raquel Willadino e Eduardo Alves, Coordenador do Observatório e Diretor da Escola Popular de Comunicação Crítica (ESPOCC). Rita de Jesus, do Coletivo da Cidade, afirma ter adorado a experiência: “É uma escola que traz um novo repertório para os jovens, como uma estratégia de criar uma nova visão do mundo e, principalmente, da favela, na qual o jovem está inserido”, reforçou ela. Alrineide Oliveira, também do Coletivo da Cidade, lembrou: “Na fala do Eduardo entendi que não temos que ter medo, precisamos fazer o que temos que fazer; temos de nos apropriar das histórias dos jovens”.

No roteiro de espaços que foram visitados estiveram, além do Observatório de Favelas, na Maré, o Museu de Favelas, nas Comunidades Pavão, Pavãozinho e Cantagalo. A viagem atingiu a meta de ampliar os horizontes de ação do Coletivo da Cidade. Os saberes serão repercutidos no contexto do Projeto OCA, que continuará em execução em 2015, no âmbito do Eixo de Educação Cidadã do Movimento Nossa Brasília, com aporte financeiro do Instituto C&A e secretariado executivo do INESC. Além de inspiração mútua, abriu-se o potencial de novos compartilhamentos e parcerias entre as iniciativas regionalmente distantes, mas contextualmente muito próximas. Leia mais alguns depoimentos de integrantes do Coletivo das Cidades e do Projeto OCA:

“Conhecemos projetos de mobilização comunitária. Experiência do intercâmbio foi muito rica. Trouxe o entendimento de que os desafios da Estrutural são também os Rocinha e de outros lugares. Nessa troca compreendi que a experiência de vida precisa ser valorizada e contém muito conhecimento, pois na comunidade, na sua história de construção e nas pessoas há muita riqueza”. Coracy Coelho, líder comunitário.

“A viagem dos educadores do Coletivo da Cidade à Cidade Maravilhosa, de belezas mil, de um povo forte. De degraus em degraus a comunidade vive, sem pegadas no concreto, mãos, pés firmes na rocha. (…) Não me era estranho, era acolhedor…”. Dyarley Viana, Educadora Social.

“Não se desenha trajetórias sem planejamentos, sem sonhos em comum, sem alvos definidos, sem que olhemos todos para a mesma direção. Disciplina também é liberdade! Disciplina revolucionária para dar a nossa resposta para o mundo”.

Volto para a Estrutural e me lembro da cena derradeira do Rio, quando subimos no ponto mais alto e estávamos pisando o chão de um antigo tribunal do tráfico. O sol estava indo embora naquela hora. Lembrei de Cartola e Milton Santos com gratidão e contemplei a “alvorada lá no morro, que beleza”. De fato, a cidade é o lugar de onde se pode olhar para o futuro com esperança”. Jackeline Souza, Coordenadora Pedagógica

 

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