A palestra sobre Metodologia de Resiliência e Ecologia Urbana lotou o auditório da Administração do Lago Norte na tarde de 29/01. As pesquisadoras Sara Borgstrom e Maria Schewenius, do Centro de Pesquisa em Resiliência, da Universidade de Estocolmo, falaram sobre os serviços prestados pelos ecossistemas e da importância destes para a adaptação às mudanças climáticas e para a perpetuação da vida, seja no campo, seja nas cidades. Contaram sobre a experiência de Estocolmo de integração de atores e setores da sustentabilidade e do gerenciamento de crises, a fim de encontrar estratégias inovadoras para a cidade, usando metodologias de planejamento para resiliência.

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Cidades adensadas pedem o adensamento das áreas verdes, de modo a garantir a qualidade de vida, a segurança hídrica e alimentar, concluíram as pesquisadoras em seus estudos. Em Estocolmo, por exemplo, um serviço chave é a segurança alimentar. Descobriu-se que, se a cidade ficar isolada por 10 dias consecutivos, faltará alimentos e água para suprir a população. E a garantia dos serviços ecossistêmicos, como ar puro, água e comida, por exemplo, não está restrita a um nível de gestão, vai da escala global à comunitária, pois as iniciativas de maior ou menor alcance se conectam de forma sistêmica. Por isso as metodologias utilizadas pelo centro sueco são sempre integrativas e focadas em cooperação entre distintas áreas  do conhecimento, incluem o saber científico, mas também os saberes dos distintos grupos que povoam a cidade. Isso implica em um diálogo com o que está ao redor da cidade também, onde se situam as zonas rurais de abastecimento.

Quando o foco é a área urbana, uma pergunta se faz relevante: “Que serviços ecossistêmicos as paisagens urbanas podem prover hoje e no futuro?”, indagou Maria. Se considerarmos que os serviços vão desde a garantia da diversidade de plantas e insetos, passam pela provisão de alimentos, água e ainda englobam o relaxamento, a inspiração e o lazer proporcionados pelo contato com a natureza, fica bastante clara a diversidade e relevância dos mesmos. Se elucida também a interdependência entre os serviços ecossistêmicos e a vida humana hoje e num futuro de incertezas, que se anuncia. “A natureza pode nos auxiliar a estarmos preparados para as mudanças que já conhecemos, ou para as que ainda estamos por conhecer”, afirmou Maria.

E porque falar em avaliação de resiliência em Brasília? As pesquisadoras acreditam que a cidade e o Brasil são espaços com grande potencial de desenvolver soluções inovadoras em âmbito global. “O Brasil é um dos países de maior biodiversidade do mundo e por isso tem vasto conhecimento para lidar com o meio natural. Possui também enorme e diversa herança cultural. Se há um país que pode corrigir os rumos do desenvolvimento, este é o Brasil”, afirmou Sara. E disse ainda que Brasília vive um momento em que o desenvolvimento urbano pode incorporar a abordagem da resiliência e se tornar referência global.

A discussão sobre cidades sustentáveis, resiliência e segurança alimentar guarda grande relação com o GT de agricultura urbana, que marcou presença no evento. Os convites para as rodas de conversa são divulgados no Facebook do Nossa Brasília. Mais materiais de referência serão disponibilizados pela Terra Azul, instituição organizadora do evento em parceria com a Administração do Lago Norte. Estiveram presentes também o Centro de Desenvolvimento Sustentável da UnB e entes governamentais como a SEMA-DF. A gravação, transmitida em tempo real, pode ser acessada em: http://bit.ly/1VvZzbB

Saiba mais:
http://www.stockholmresilience.org/

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