Medir a desigualdade nos territórios e servir como uma fonte popular para explicitar a disparidade entre as regiões. Este é o objetivo do Mapa das Desigualdades que está sendo elaborado pelo Movimento Nossa Brasília, Inesc e Oxfam Brasil, e que se propõe a ser uma construção colaborativa nas regiões selecionadas para o início do trabalho.
O Mapa das Desigualdades possibilita visualizar as desigualdades no território ao comparar regiões e permite que se compare saúde, educação e outras políticas garantidoras de direitos, mostrando como estão distribuídas pelas cidades do Distrito Federal.
“Nós sabemos que as cidades não são iguais, existem várias cidades dentro das cidades”, explica Cleo Manhas, integrante do Nossa Brasília e uma das idealizadoras da proposta. Como o Distrito Federal é um território muito amplo e com várias cidades, o grupo optou por iniciar o trabalho de levantamento participativo dos indicadores em 3 regiões administrativas onde já tem incidência: Samambaia, São Sebastião e Estrutural.
Ouvindo movimentos e parceiros locais, o Nossa Brasília pretende reafirmar o protagonismo da sociedade civil na validação de informações sobre a região onde vivem. “A gente vai primeiro ver quais as expectativas deles, qual o entendimento deles sobre as políticas locais e as principais políticas em destaque, e vamos fazer um comparativo com os indicadores que a gente já tinha separado, e junto com eles escolher quais representam as regiões”, diz Cleo ao explicar a metodologia elaborada para este processo que se inicia com atividade em Samambaia no dia 22 de outubro.
Essa experiência é uma reaplicação de uma metodologia desenvolvida pela Rede Nossa São Paulo, com o destaque da inovação da proposta envolver o diálogo com a comunidade, com a participação de movimentos locais ao estabelecer indicadores prioritários regionais. Ao final deste levantamento nas 3 cidades selecionadas, a equipe do Nossa Brasília sistematizará as informações coletadas e fará uma comparação com dados disponíveis sobre o Plano Piloto, considerada uma das regiões com maior índice de desenvolvimento do país, alimentando a Plataforma Cidades Sustentáveis. O resultado ficará disponível para acesso e uso público na página do movimento na internet.
Com indicadores desagregados e o resultado da comparação com regiões privilegiadas, a população pode ter maior clareza de como está seu território, quais suas necessidades e como estão sendo destinados os recursos públicos na gestão das cidades, tendo às mãos informações mais qualificadas e uma nova ferramenta para fazer incidência junto ao governo para que as prioridades sejam atendidas. Desta forma, “os indicadores contribuem para que as políticas públicas sejam melhor planejadas e melhor aplicadas”, como conclui Cleo Manhas sobre a importância do Mapa.
O Movimento Nossa Brasília pretende lançar o Mapa das Desigualdades ainda no fim de novembro de 2016, em um evento que discuta e aprofunde o direito à cidade e as características regionais do Distrito Federal.
Calendário das oficinas do Mapa das Desigualdades nas cidades:
22/out – Samambaia – Ocupação CEM 304.
29/out – São Sebastião – Casa de Paulo Freire: Quadra 201, Conjunto 20, Casa 07 – São Sebastião.
05/nov – Estrutural